Lideranças e a Hora do Espanto

O Conselho: Se não quiser decidir nada, marque uma reunião!

 

Camisa azul ou branca? Chá ou café? Ônibus ou lotação? Nossa vida é cercada por inúmeros momentos onde somos obrigados a tomar decisões.  Quase que automaticamente fazemos as escolhas sem perda de tempo ou grande reflexão. Mas algumas escolhas não são tão simples. Nosso processo de decisão modifica-se quando, por exemplo, queremos comprar uma casa ou um carro, enfrentamos uma pandemia. Somos obrigados a pensar em critérios, opções, vetos e uma série de outras situações que, no cotidiano, passam despercebidas.

No mundo dos negócios as decisões também passam por processos semelhantes aos da vida privada. A diferença está na complexidade das questões, transposta para a dificuldade das decisões. Aprender a decidir sabiamente pressupõe extrapolar modismos que aconselham o uso de critérios pretensamente objetivos para alcançar o sucesso.

Na década de 70, o livro “O Gerente Minuto” fez grande sucesso, alardeando a qualidade de ser rápido nas decisões. O mérito da obra foi ter desempacado lideranças que usavam o método do “empurrar com a barriga”, postergando decisões e impedindo o crescimento das empresas. Mas logo verificou-se que a quantidade de decisões equivocadas também aumentou rapidamente.  A teoria da Qualidade Total, que inundou o Brasil a partir do final da década de 80, estabeleceu uma nova fórmula para a tomada de decisões. As técnicas de padronização acabaram por padronizar os erros. Assim, muitas empresas foram obrigadas a contratar consultores para alterar processos já certificados que estavam quebrando as organizações. Decisões erradas são perigosas, quando passam a ser padronizadas levam ao caos.

Os franco atiradores ainda confiam nos seus métodos. Baseiam-se no “feeling” ou na “experiência de 50 anos”, frequentemente acabam naufragando. Outro método para não decidir é marcar uma reunião. Assim como a identidade das massas é diferente da soma das individualidades que a compõem, nas reuniões realizadas para decidir ninguém se responsabiliza pelo resultado. Ou não se decide, ou a decisão transforma-se num monstro que ninguém quer assumir a paternidade. Ainda, na última década aparecem os coaching, uma proposta de acelerar as decisões sem se preocupar com o conteúdo, desconsiderando cenários.

 

Aprendendo a decidir

O emaranhado de equívocos serviu como lição. Hoje, temos condições de desenvolver um processo de tomada de decisão mais maduro e acertado. No livro “O Erro de Descartes”, Antônio R. Damásio questiona o filósofo francês que serve até hoje como referência para muitos líderes. Damásio alerta que a pessoa incapaz de sentir pode até ter o conhecimento racional, mas será incapaz de tomar decisões com base nessa racionalidade, pois não há elo entre o corpo e a consciência, estabelecido pela percepção, construída por emoções e sentimentos, o frontal esquerdo não fala com o frontal direito do cérebro.. O bom tomador de decisões necessita equilíbrio entre conhecimento, emoções e sentimentos – razão e intuição. Só assim vencerá as tentações de seguir pelo caminho mais fácil, que é imitar os outros, copiar o que deu certo em outro cenário ou sentir-se envaidecido ou amedrontado pelos novos acontecimentos.

A primeira etapa da tomada de decisão é reunir todas as informações sobre o cenário atual, sem interferir no objeto de nossa observação (o que é quase impossível). Para correr menor risco na escolha de caminhos, o líder deve buscar bons dados gerenciais, que envolvem desde potencialidades da equipe, concorrência, mercados potenciais, informações sobre clientes e não clientes, novas tecnologias e até funcionamento cerebral. Assim, na hora de decidir não haverá precipitação, perda de tempo ou espanto.

 

Sem Espanto!

Nós da Weltwert Management, que atuamos em consultorias facilitando e organizando informações e emoções, somos convictos que os resultados construtivos das organizações somente são possíveis alcançar quando as suas lideranças decidem com a cabeça e o coração!

 

 

 

 

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